Obaluaê/ Omulu

Xapanã, filho de Nanã Buruquê, irmão de Oxumarê foi criado por Iemanjá. Recebeu outro nome na Umbanda, pois diziam que pronunciar o seu verdadeiro nome atraia doenças contagiosas. Com isso este grande guerreiro recebe o nome de Obaluaê / Omulu (Rei Senhor da Terra).

Em algumas lendas, encontramos duas versões: que Omulu é pai de Obaluaê e que o primeiro é a versão mais antiga do segundo.

Obaluaê/ Omulu trabalha junto a Nanã na desencarnação e reencarnação. Ele é responsável pelo desligamento entre o espírito e o corpo material sem vida e por isso é conhecido como rei dos cemitérios, Senhor das Almas. Este orixá é também considerado o médico dos pobres, orixá da saúde e das pestes.

Seu principal elemento é a terra, seu dia é segunda-feira. Sincretizado com São Roque (Obaluaê) e São Lázaro (Omulu).

Pode-se ofertar a este orixá: pipoca estourada em uma panela com areia do mar, sem usar sal ou óleo, amendoim torrado, água mineral, farofa de mandioca com banana-da-terra (feita no fogo em uma panela usando-se mel para adoçar).

Sua cor é o preto. Nos trabalhos são usadas velas pretas, flores brancas (margaridas). Seu dia é comemorado em 16 de agosto e 2 de novembro.

Sua saudação: Atotô Obaluaê. Que significa: silêncio, o senhor Omulu está aqui. Um sinal de respeito e de que todos os presentes devem observar a sabedoria e força divina deste orixá.

Lenda Africana:

Obaluaê / Omulu apresenta o seu corpo coberto por chagas deixadas devido às doenças contagiosas que o grande guerreiro teve e as carrega. Um belo dia estava acontecendo uma festa, onde todos os Orixás estavam presentes, menos Obaluaê.  Ogum virou se a Nanã e perguntou: “Porque nosso irmão não vem a festa?” e Nanã responde: “ Porque ele tem vergonha das feridas em sua pele!”, com isso Ogum vai junto a Obaluaê até a floresta e traça para ele o Filá (roupa de palha da costa) que o mesmo usará para esconder as chagas presente em seu corpo.

Iansã, uma mulher muito curiosa sempre perguntava a todos o porquê de Obaluaê usar sempre esse Filá. Todos sabiam das chagas presentes em seu corpo, mas Iansã, insatisfeita, começou a persegui-lo.

Um dia, cansada de tanto perseguir Obaluaê, sentou se aos pés de uma grande árvore e adormeceu. Obaluaê sentiu a ausência de Iansã e voltou para ver o que havia acontecido. Avistou a mesma adormecida junto a árvore e resolveu aproximar-se pois a beleza de Iansã o encantava. Com o barulho das palhas se movendo, Iansã acordou, levantou suas mãos aos céus e pediu ajuda aos ventos. Obaluaê despreparado, não conseguiu impedir que as palhas levantassem e com isso Iansã conseguiu avistar a beleza de um lindo jovem junto a uma cor cobre que o circundava. A partir deste momento, todas as vezes que Iansã avistava Obaluaê, suspirava lembrando a beleza radiante que havia avistado.